Testemunho Vocacional Frei Daniel Pinto, ofm

10-11-2012 18:34

 

    Iniciou a Semana dos Seminários (de 11 a 18 deste mês de Novembro).

    No Convento Franciscano de Santo António de Varatojo – Torres Vedras, vivem há 3 meses um grupo de 7 jovens a realizar uma experiência vocacional franciscana, a que chamamos ANO DE NOVICIADO. Um ano em discernimento vocacional, no silêncio e no escondido, acompanhados pelo Senhor, pela Comunidade dos frades, sendo dois deles destacados para o seu acompanhamento e formação.ATT00022.jpg

    Um grupo internacional: 2 portugueses (Daniel e Sérgio), 2 timorenses (Hermenegildo e Roberto) e 3 moçambicanos (Eufrásio, Damião e Cleiton). Todos em idades compreendidas entre os 19 e os 25 anos. Nestes quase 3 meses conseguiram formar um verdadeiro grupo de amigos, interajudando-se na busca comum de clarificação para a sua vocação e na aprendizagem do ser consagrado franciscano. Vejam que simpáticos!

    Oferecemos o testemunho de um deles, o Frei Daniel.

 

 

 

 Frei Daniel.jpg   Olá, chamo-me Daniel Pinto, tenho 19 anos, sou natural da Marinha Grande, filho de António Pinto e de Anabela Pinto. Tenho uma irmã, de nome Clara, com um ano de idade.

    Sou uma pessoa muito feliz. Como toda a gente, tenho qualidades e defeitos, um rapaz normal. Sou alegre por natureza e gosto muito de paródias. Sou também teimoso e insistente nos erros. Gosto bastante de cozinhar (pricipalmente doces) e de fazer coisas de arte, como pintar em gesso, fazer poemas, telas, etc. Tudo o que sejam trabalhos manuais de arte é comigo. Gosto de ir ao cinema e à praia, de cantar e dançar, de fazer desporto, de descobrir novas coisas, aventuras, de tecnologias e de tantas outras coisas.

    Estou neste momento a fazer o Ano de Noviciado (também conhecido como o “ano da prova”) nos Franciscanos em Varatojo, muito perto de Torres Vedras. Porque estou aqui? É uma longa questão.

    A dada altura da minha juventude Deus fez-me aproximar d’Ele. Eu era um rapaz que já achava uma “seca” a Missa e a Catequese. Contudo, pelo 9º ano, fui despertando de novo. Começava já a ganhar gosto pelas coisas de Deus, mas não era muito de o demonstrar, pois saberia da reacção dos outros. Até que um dia uma senhora que conheci fez despertar mais a fé da nossa família. Lá em casa todos ficaram mais crentes, isto é, começámos a ligar-nos mais à Igreja e eu tive oportunidade de aprofundar a minha fé. Sentia-me chamado a ser um bom cristão. A partir do 10º ano fui-me aprofundando mais ainda. Começava a querer evolver-me mais nas actividades da Paróquia, nas reuniões de jovens e acólitos, etc. No 11º ano eu era já realmente crente. Sem problemas dizia o que era e de bom grado. Não queria saber se os outros gostavam ou não do que eu dizia. Mas sentia um apelo a fazer algo de mais. Na Paróquia, cheguei a estar no Pré-Seminário. Aí começei a questionar-me que tanto gosto era este, isto é, começei a pensar se isto realmente não faria sentido para a minha vida, servir, ajudar e fazer algo de bom pelas pessoas. Observava o padre na Missa e pensava: porque não também um dia eu ser padre e alimentar assim o Povo de Deus, como ele faz, com a Palavra e com a Eucaristia? Um dia abri a Bíblia à sorte e li o chamamento do Profeta Isaías, que dizia, «mas ó Senhor, eu nem falar sei». Achei que era mesmo que acontecia comigo. Aquilo firmou mais a minha decisão. Não ter medo, confiar em Deus, mesmo achando que não teria jeito ou que valeria pouco o meu serviço. Como diz a Escritura: «Deus não escolhe os capacitados, Ele capacita os escolhidos». Envolvido já em retiros e encontros em Fátima, um dia caiu-me nas mãos um pequenino livro sobre  S. Francisco de Assis. Surpreendente! Na minha inocência e espontaneidade exclamei de tanta alegria. “É isto mesmo que eu quero ser e fazer, está tudo aqui!” Queria apenas ser como ele, vivendo na simplicidade e menoridade, amigo do ambiente e dos animais. O livro tinha uma linguagem muito juvenil. Mas eu não imaginava o que era realmente ser frade. Apesar dos retiros e encontros de várias comunidades/congregações, continuava indeciso por onde escolher. Apostei então nos franciscanos. Falei com o meu pároco e ele encaminhou-me para o Frei Moisés, no Convento dos Franciscanos em Leiria e, graças a ele, entrei o que queria. Fiz lá o 12º ano como Aspirante e, terminado este, fiquei mais um ano como Postulante.

    Agora aqui estou em caminhada de discernimento. Tenho 6 colegas. Comigo somos 7. De 3 continentes diferentes: Ásia, África e Europa. Somos muito unidos e muito amigos. Se estou já bem claro e decidido? Não quero chocar ninguém mas não estou. Na vida é preciso tomar “opções arriscadas”. Mesmo que venham a falhar, é preciso continuar a apostar na nossa felicidade com “um tiro no escuro”. Eu não sabia se aqui me iria realizar e ser feliz. Vim, exprimentei e ainda estou a exprimentar. Estou a gostar até agora da minha caminhada nesta etapa de discernimento. Vou continuando e apostando nos caminhos que eu penso ser Deus que mos inspira e coloca no meu coração, para que O siga e O possa servir nos outros como fez Cristo. Vale a pena arriscar quando apostamos em valores maiores: o valor do Evangelho, o puro amor.

Frei Daniel Pinto, ofm

 

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